Para aqueles de nós que são apaixonados por justiça social e igualdade, está muito claro que as crianças que crescem em contextos desfavorecidos podem ter dificuldades para alcançar as oportunidades e os privilégios que outros consideram como garantidos.
Também sabemos que pessoas de comunidades carentes tendem a ter piores condições de saúde ao longo da vida do que pessoas de localidades em melhor situação [1]. A pobreza sempre teve uma ligação direta com a saúde, mas agora pode estar surgindo uma explicação biológica para isso.
Epigenética
Pesquisas de longo prazo realizadas pela Duke University revelaram que crescer em um ambiente com muitas privações pode nos afetar em um nível genético. O estudo, publicado no JAMA Network Open, acompanhou quase 2.000 crianças nascidas na Inglaterra e no País de Gales, do nascimento aos 18 anos.
Os pesquisadores descobriram que aquelas que crescem em comunidades marcadas por privações socioeconômicas, desconexão social e perigo apresentaram diferenças nos compostos químicos e proteínas que regulam a atividade genética.
Diferenças Gritantes
Em particular, essas diferenças foram observadas nos genes conectados à inflamação crônica, exposição à fumaça do tabaco, poluição do ar e câncer de pulmão. Esse epigenoma alterado coloca esses indivíduos em maior risco de problemas de saúde mais tarde na vida. [2]
As diferenças foram evidentes mesmo após a correção do status socioeconômico no estudo, e mesmo em adultos jovens que não fumam ou têm qualquer evidência de doença inflamatória subjacente.
Os autores do estudo acreditam que isso pode explicar por que algumas comunidades tendem a mostrar resultados adversos à saúde a longo prazo. Se essa disparidade na saúde deriva da epigenética, isso mostraria claramente como a desigualdade e a privação na infância podem “penetrar na pele”, como o estudo coloca [2], afetando as chances de vida e a saúde desde a infância.
Fonte dos Dados
O estudo reuniu uma ampla gama de dados de vários bairros a longo prazo para permitir tirar conclusões sobre as características físicas, sociais, econômicas e de saúde e segurança dos bairros das crianças observadas. Os dados foram coletados de fontes governamentais, pesquisas detalhadas, sistema de justiça criminal e observação focada dos bairros ao longo de décadas. Esses dados foram analisados em conjunto com o sangue coletado dos participantes quando atingiram a idade de 18 anos.
Esta nova pesquisa não determinou se as alterações epigenéticas observadas nos adultos jovens são reversíveis, portanto, isso é algo que se espera que futuras pesquisas possam descobrir.
Conclusão
Essas descobertas são uma evidência fundamental de que o ambiente externo pode influenciar a nossa genética, e que as privações enfrentadas na infância podem nos afetar até os dias de hoje não apenas na forma de crenças subconscientes, mas também na forma de impactos na nossa saúde.
Sabe-se hoje que a maioria das doenças crônicas têm raiz emocional – a expressão de genes defeituosos influenciados por emoções negativas gerou anomalias e mau funcionamento no nosso sistema a nível físico.
Então para curar doenças físicas também precisamos olhar para o nosso passado para então ressignificar e perdoar aquilo que precisa ser curado. Desta maneira seremos capazes de mudar a expressão dos genes que estão sinalizando células e proteínas “defeituosas”.
Fontes:
- [1] https://bjgp.org/content/bjgp/68/666/8.full.pdf
- [2] https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2766579
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