O conceito na verdade é praticado de várias maneiras há mais de 3 mil anos, mas seus benefícios só foram comprovados pela ciência nas últimas décadas, quando pesquisadoras desenvolveram o método mindfulness.
A palavra meditar tem origem no latim mederi, que significa “tratar, curar, dar atenção médica a alguém”. Seu conceito, no entanto, vai muito além disso. Os primeiros registros históricos relacionados a práticas meditativas datam de 1.500 a.C., quando a meditação tinha um caráter espiritual e era sempre associada a religiões orientais.
De lá para cá, várias técnicas foram desenvolvidas, mas só recentemente pesquisas científicas comprovaram aquilo que os adeptos da tradicional medicina chinesa e os mestres budistas viviam repetindo: fazer a mente sair do piloto automático por alguns minutos ao dia tem efeitos reais e mensuráveis no corpo.
De Milenar a Secular
Foi assim que, no século XX, surgiu a meditação mindfulness (traduzida como “atenção plena”), que consiste em focar intencionalmente no momento presente, numa atitude aberta e sem julgamentos.
Apesar deste método já ser estudado há pelo menos uma década antes pelo Dr. Herbert Benson, o método só ganhou espaço na medicina a partir de 1979, quando o médico e pesquisador americano Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachusetts, nos EUA, criou um programa de atenção plena inspirado em meditações budistas, mas sem o contexto religioso a fim de que qualquer paciente com estresse pudesse praticar independentemente da cultura ou de suas crenças.
Os resultados foram tão positivos que ele fundou uma clínica dentro da universidade. Pouco tempo depois, o conceito passou a ser aplicado também na rede de saúde do Reino Unido, com respostas bastante expressivas em pessoas que sofrem de ansiedade, depressão e dores crônicas.
No Brasil
O mindfulness foi trazido pelo físico irlandês Stephen Little na década passada. Uma das instituições pioneiras na aplicação da técnica foi a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que em 2011 criou grupos de atenção plena para auxiliar pacientes com problemas variados de saúde.
A iniciativa resultou no programa Mente Aberta, realizado no Centro Brasileiro de Mindfulness e Promoção da Saúde, que desde 2015 presta assistência a pacientes do SUS encaminhados por profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
Apesar da inspiração claramente zen-budista, essa técnica não envolve crenças nem rituais. Provavelmente por isso, tornou-se uma ferramenta bastante utilizada e testada em estudos clínicos de diferentes países.
Só para você ter uma ideia, uma revisão de 4 mil estudos sobre a prática, coordenada por pesquisadores da Universidade Case Western e publicada em 2016 no Journal of Management, comprova que, além de melhorar a qualidade de vida e auxiliar no tratamento das mais diversas doenças, o mindfulness contribui em ambientes de trabalho para a eficiência de equipes e o relacionamento entre funcionários.
O Caminho para a Felicidade
Até a felicidade é estimulada pela meditação, o que ajuda a explicar a súbita popularização do mindfulness no Ocidente. Principalmente a partir do ano 2000, quando o Dalai Lama, líder do budismo tibetano, sugeriu a um grupo de psicólogos e neurologistas que estudassem monges extremamente experientes na meditação para verificar o que ocorria em seus corpos durante o “transe”.
Os cientistas aceitaram o desafio e, desde então, as pesquisas não param de revelar dados surpreendentes, como as descobertas de que meditar aumenta a espessura do córtex cerebral, reforça o sistema imunológico e pode reduzir a frequência cardíaca a míseros três batimentos por minuto (a média para pessoas em repouso é de 60 b.p.m.).
Sucesso e Mindfulness
Não é à toa, que hoje há adeptos da atenção plena no mundo todo e centenas de centros especializados no Brasil que atendem pacientes, empresários, estudantes e até grupos de policiais militares.
Personalidades como o dirigente da Ford, Bill Ford, o ex-vice-presidente americano Al Gore e as apresentadoras de TV Oprah Winfrey e Fernanda Lima já aderiram ao método, assim como Angélica, que recorreu à prática para livrar-se de uma síndrome do pânico.
A obtenção de bons resultados no esporte também ajudou a popularizar o mindfulness entre atletas. O tenista espanhol Rafael Nadal e o astro do basquete americano LeBron James, por exemplo, praticam a atenção plena para melhorar o desempenho. O ginasta brasileiro Diego Hypólito segue o mesmo exemplo, e a própria Seleção Brasileira de Handebol lançou mão da técnica durante a preparação para os Jogos Olímpicos Rio 2016.
E você, o que está esperando?
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